-Ryan, você não trabalha, como vive? - Perguntou Anna
Eu parei um pouco para processar a pergunta.
-Herança da minha mãe - disse eu simplificando tudo
-E há quanto tempo você vive da herança?
-Há muito tempo, desde que moro aqui.
-Então sua mãe era bem rica?
-Podemos dizer que sim.
-Me conte mais sobre a sua família.
-Bom...-eu parei um pouco para pensar em como ia começar- minha bisavó por parte de mãe era muito rica, ela tinha 3 mansões, então ela teve minha vó e meu tio-avô, e cada um deles ficou com uma mansão e grande parte do dinheiro, minha avó, investiu em fazendas, e além disso virou juizá, ela se casou com meu avô que também era de uma família rica, donos de uma empresa de materiais escolares. Eles tiveram minha mãe Alice, meu tio Carl, e minha tia Lisa, e quando minha vó morreu de infarto, meu avô ficou depressivo e morreu um mês depois, deixaram a herança para os filhos, então minha mãe virou médica, e lá no hospital ela conheceu meu pai, ele era um paciente dela, meu pai não era rico, mas estava crescendo na carreira de advogacia, e minha mãe se tornando uma grande referencia na cidade. Quando minha mãe morreu, fiquei com uma herança bem grande, não quero ser desumilde, mas minha história é essa, e minha herança irá durar até o final de minha vida.
-Entendi.
Depois que eu expliquei tudo á ela acabou o assunto, ficamos trocando olhares naquele banco de parque, eu estava admirado em como as coisas tinham sido guardadas nesse mundo para mim, nunca em um milhão de anos eu poderia pensar que no lugar onde eu moro, apareceria uma luz para me fazer mudar de vida.
A gente estava de mãos dadas, e nossos dedos se acariciavam, ela sorria com o canto da boca, com a outra mão tirava os fios do rosto, o vento soprava, nos beijamos varias vezes naquele dia. E a cada dia que passávamos juntos íamos nos descobrindo cada vez mais, como quando ela olhava para o sol, ela espirrava, ou quando alguns fios de seu cabelo caiam no rosto ela piscava duas vezes rápido antes de tirá-los, coisas simples e bobas, mas eu que eu acabava percebendo quando a observava, todos os dias ansiava sua presença. Mas naquele dia, ela chegou chorando na porta da minha casa, ela chegava a soluçar, eu a abracei, e perguntei o que tinha acontecido, e ela não conseguia dizer, levei-a para dentro e dei um copo de água para ela, eu estava preocupado, e não sabia o que fazer, assim que ela acabou de beber a água respirou fundo e disse:
-Meu irmão sofreu um acidente.
- O que? - eu disse espantado.
- Ele foi atropelado enquanto voltava do supermercado, a motorista era uma mulher, ela prestou socorro, mas ele está em coma agora.
Nessa hora ela entrou em desespero de novo.
-Eu preciso vê-lo Ryan - disse ela.
Eu peguei a chave do carro que eu não usava á um longo tempo, e a levei para o hospital, assim que ela chegou os médicos avisaram que ela podia entrar para vê-lo, mas apenas uma pessoa. Então eu sentei na sala de espera, do lado de uma mulher que também chorava.
-Aquela é a irmã de Bradley?
Eu olhei para ela espantado, naquele momento meu coração estava quase saindo pela boca.
-Sim, e você quem é?
-Mia. Eu que prestei socorro á ele.
-Então você que o atropelou? - perguntei eu chocado.
-Não foi de propósito.Eu juro que algo caiu em meu olho, e eu não pude ver o que estava fazendo no volante.
Eu olhei bem para ela. E ela abaixou a cabeça.
-Você é cunhado dele?
-Sim.
-Ah. vocês dois estão noivos? casados?
-Compromissados apenas, ainda. Mas o que isso tem á ver com o que está acontecendo?
-Nada, estou tentando me acalmar mudando de assunto.
Mia, loira dos olhos azuis, magra, cabelos cacheados.
Ficamos lá sentados sem olhar um para o outro um bom tempo, ela estava chorando de cabeça baixa, e tentava se esconder entre os cabelos.
CONTINUA...